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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011


De trás para frente

Aqui o mundo 
Passa de maneira diferente
Passa pela janela
De trás para frente


Daqui vejo o túnel escuro
Daqui vejo os trilhos do trem
Daqui vejo um futuro
De uma vida com alguém


Pela janela vejo o verde
Pela janela vejo o mundo
Tudo passa rápido
Um presente vivido num mísero segundo

De trás para frente me vejo
De trás para frente vejo minha vida
De trás para frente,vejo meus avessos
Avessos de uma colcha de lã tecida


Avessos que negam o real
Avessos que tem na historia a sua parte
Avessos que negando o real
Transformam -no em arte

De trás para frente, todos um dia são
Tudo precisa ser negado
Tudo precisa de uma  negação
Para enfim ser o formado


Anderson Cristiano Alves
















sábado, 15 de janeiro de 2011

Para ler é preciso ter tempo








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Janela da alma





Janela da alma


Deu uma leve ajeitada na pequena cortina,e se pôs novamente a olhar para o nada, as gotículas de água  molhavam o vidro do lado de fora.
Lá fora? o verde das matas e o azul da serra do mar,arvores,mato e pedras compunham uma paisagem maravilhosa e ao mesmo tempo teciam uma dor terrível.
Traziam consigo a dor da saudade,no meio da serra ficavam seus melhores momentos,seus melhores amigos,seus melhores sorrisos,aquela janelinha pequena por onde os pássaros já não passavam mais,apresentava um dia cinzento e chuvoso,a lama, a estrada de ferro, a chuva fina que caía molhando a locomotiva vermelha que vinha cortando a velha serra e deixando ainda mais cinzento o céu nublado.
Seus olhos ficaram lacrimejantes e estremeciam segurando as lágrimas que tinham de cair,na garganta um choro abafado de alguém que não queria estar ali.
olhou ao redor,e viu muitas pessoas que conversavam sentadas,viu outras com as caras enfiadas em seus jornais matutinos,jovens com aparelhos sonoros,quanta gente diferente,as vozes e o barulho transformavam a musica calma em uma melodia triste e infernal,quanta saudade,quanta solidão.
Pelo corredor apertado uma garçonete lhe trazia o café.Sorriu,agradeceu,pegou-o e deu o primeiro gole,olhou para as bagagens e viu uma pequena parte de sua historia trancada ali dentro,tomou mais um gole,olhou novamente pela janela,e viu as pessoas todas de preto com seus casacos, guarda chuvas e chapéus escondiam os rostos,uns tristes uns felizes, de repente o trem chega fazendo o típico barulho irritante ou até mesmo prazeroso,levantou os olhos,pediu a conta,pagou o cafezinho e levantou-se,andou por entre as mesas,empurrou a porta e saiu.
Tomando forças estufando o peito,caminhou pela calçada até a plataforma nº15,a fumaça parava de subir,olhou pela janela,desta vez a do trem,pôs as malas no chão,pensou,pensou,por um momento exitou,andou novamente,tentou continuar,mas pousou as malas no chão com certa decisão.
Olhava por entre as cabeças a espera de de uma pessoa para lhe ajudar,mas um outro alguém se aproximava entre a multidão,um alguém que corria aos gritos balançando as mãos para o alto,ao mesmo tempo o maquinista fazia um sinal dizendo que o trem estava a partir,uma lágrima caiu...
Pensou novamente,olhou para traz,o coração estremecia no peito ,uma corrente elétrica lhe atravessava,vinha em sua direção,e agora o que fazer?
Pela ultima vez pensou, carregou as malas e deu as costas,mas antes que pudesse pisar o primeiro degrau,alguém lhe segurava com firmeza o braço,parou subitamente,olhou para seu rosto com as lágrimas  de rancor nos olhos,deixou que suas mãos fossem seguradas ,e pode novamente sentir o gosto do beijo,e o gosto do perdão.
O trem partiu...

domingo, 9 de janeiro de 2011






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''Na literatura você pode escrever de tudo,mas nem tudo o que você escrever é bom o suficiente pra ser poesia''

Anderson Cristiano Alves

Poesia


Poesia,Poesia é perfeição
Palavra de alguém que ama
Poesia,pinta o coração
Bonito é quem se engana


O poeta,não é um fingidor
O poeta expressa real dor
Poesia não é estética
Não pode trazer crítica, nem apoiar a ética


Só quem ama,a faz
Só quem ama,compreende
O coração se satisfaz
A cabeça,não entende


O coração do poeta é poesia em carne viva
A poesia,traz sentido a vida
Não me julgue como louco
Faça poesia...
Ame mais um pouco




Anderson Cristiano Alves

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Recentemente recebi a indicação do Blog Estudando letras ao Prêmio Dardos. 


O Prêmio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc… Que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras e suas palavras.

Fiquei lisonjeado com a indicação de Marcela,então resolvi postar aqui as minhas indicações,incluindo o Blog dela que eu curto demais.
Os indicados do selo devem seguir três passos:
  1. Apresentar a imagem do selo no blog;
  2. Apresentar o link do blog o qual indicou o selo.
  3. Indicar quantos blogs desejar, para entregar o selo e promover o link dos mesmos.               



















Eis a imagem do selo Premio Dardos




Os Blogs que eu indico são:




domingo, 2 de janeiro de 2011

A voz de um cadáver



A voz de um Cadáver

São vermes,que minha carne comem
São terrores noturnos de um caixão fechado
É a claustrofobia da Morte
É o medo de um finado homem

Meu corpo exala um mau cheiro terrível
Minha carne apodrece na terra 
Abaixo de sete palmos,o peso é maior
Maior que o negro cavaleiro,um ser temível

Minhas mãos atadas ao peito
Seguram um coração parado
O  sangue escorrendo pelas narinas
Revelam um pulmão sem nenhum preito

Há uma dor muda,silenciosa
A dor de um morto-vivo
Que vê diante de si
Uma dança sinuosa

A dança revela na dor
O poder do cavaleiro 
Como imagens a minha frente
Ódio, violência e amor

Na face do caixão
Imagens de uma vida sem paixão
De uma vida já vencida
Vencida pela solidão



Anderson Cristiano Alves

Restos de mim


Restos de mim.

São os restos de mim que vejo
Restos de uma vida,pelo chão espalhados
Restos de um corpo
Restos de alguém retalhado

O que outrora era vida abundante
Encontra seu fim
Mesmo em vida assim
Encontra-se agonizante 

Pedaços de pecado,sangue e dor
Pedaços de destruição,de um passado mal vivido
Pedaços de um ser humano desconhecido
Pedaços de um mal de amor

São restos de um ser que um dia
Os santos sacramentos recebeu
Alguém que vivia...
Vivia...
Mas enfim morreu

São restos,que ainda sofrem
São restos que ainda choram
São restos que ainda sentem
São restos que ainda esperam

Esperam pois um sentido
Esperam pois um sopro
Nada emitem,mudos
Nada nem ao menos um gemido

Gemido este que se mostra em cada despedida
Gemido expresso na aparência
Gemido da morte da inocência
Um grito de uma alma fétida e podre em vida


Anderson Cristiano Alves